DIU: um guia completo
Hoje vamos falar sobre o DIU (dispositivo intrauterino), método contraceptivo que caiu em desuso nas últimas décadas (era comum conhecer casos de mulheres que engravidavam com o DIU nos anos 80 e 90) mas se modernizou e voltou a ser uma escolha eficiente para evitar a gravidez. Feito de plástico flexível moldado em formato de T, o DIU é introduzido no útero pelo ginecologista.
Tipos de DIU
Existem dois tipos de DIU: de cobre e o que possui liberação de hormônio, conhecido como Mirena. A mulher pode usar o DIU de cobre de 5 a 10 anos, dependendo do modelo inserido no útero. Já com o Mirena é eficaz por até 5 anos. Antes de introduzir o dispositivo, o médico pedirá uma ultrassonografia transvaginal para avaliar se há contra indicações. “Normalmente, mulheres que tenham pólipos endometriais e miomas na cavidade uterina não podem adotar o DIU como contraceptivo. Fora isso, o dispositivo pode ser usado até por mulheres que nunca tiveram filhos”, explicou a Dra. Carolina Maria Prandini Curci, ginecologista e obstetra.
Como funciona?
O DIU de cobre impede que o ovo se fixe no útero e diminui a eficácia dos espermatozoides através da ação do cobre, perturbando a fecundação. Já o Mirena, por ação do hormônio, dificulta as ovulações e impede que o ovo se fixe no útero, espessando o muco do colo do útero de modo a formar uma espécie de tampão que impede que os espermatozoides cheguem ao óvulo, evitando a fecundação.
Chances de engravidar
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as chances de engravidar com o DIU são muito baixas. Com o de cobre, a taxa de falha é de 0,8% enquanto com o Mirena esse índice é de 0,2%.
Benefícios do uso do DIU
O DIU é o método contraceptivo mais utilizado no mundo. Além do baixo índice de falha, o DIU é prático e tem ação de longa duração. A vida sexual da mulher não é afetada e não há liberação de hormônios – ou a dose liberada é mínima (no caso do Mirena). “O DIU tem sido escolhido principalmente por mulheres que têm medo dos efeitos do hormônio ao organismo. Outra vantagem é um controle mais criterioso do ciclo menstrual e a mulher não precisa se preocupar em lembrar de tomar a pílula ou injeção”, explicou a obstetra.
Se você está pensando em colocar o DIU, mas deseja engravidar no futuro, não tenha receio. “O DIU pode ser retirado quando a mulher quiser engravidar sem problemas. Assim que o dispositivo sai do útero, o endométrio volta às condições normais e a fertilidade é restaurada”. As mulheres que estão amamentando também podem adotar o dispositivo como método contraceptivo.
Introdução e efeitos colaterais
O DIU é inserido no útero no consultório do ginecologista, sem a necessidade de internação. Uma anestesia local é usada, para minimizar qualquer desconforto. O período exato para ele ser colocado deve ser indicado pelo médico, mas normalmente ocorre entre o segundo ou terceiro dia da menstruação. Para verificar se o dispositivo permanecerá na posição correta, o ginecologista indicará ultrassonografias posteriores.
Algumas mulheres podem sentir efeitos colaterais após a colocação do DIU. “Dores ou contrações uterinas podem acontecer, principalmente nas mulheres que nunca tiveram filhos. Um pequeno sangramento logo após o procedimento também é normal”, explicou a Dra. Carolina, que citou ainda os efeitos a longo prazo. “O DIU de cobre pode gerar fluxos mais longos de menstruação e cólicas mais intensas, principalmente nos primeiros meses de uso. Já o hormonal provoca o efeito contrário: o fluxo de sangue é reduzido e pode chegar a desaparecer em algumas mulheres. Outros efeitos são o aumento da retenção de líquidos, cistos do ovário e dores de cabeça”.
Complicações
As complicações com dispositivos intrauterinos são raras, mas quando acontecem podem ser: doença inflamatória pélvica, rupturas da parede uterina, cistos ovarianos e sangramento irregular.
No caso de uma gravidez, a gestação poderá seguir sem problemas, principalmente se o dispositivo for o Mirena. “Com o de cobre, há um risco pequeno de ruptura da bolsa, podendo causar um aborto no início da gravidez. Passado o primeiro trimestre, se nada acontecer, a mulher não deve ter mais problemas. Há ainda a possibilidade de retirar o DIU durante a gestação, se ele estiver de fácil acesso. A melhor conduta é avaliar com o médico qual será a abordagem”, explicou a obstetra.
É caro?
As mulheres brasileiras podem adotar o dispositivo como contraceptivo de forma gratuita através do Sistema Único de Saúde (SUS). O governo disponibiliza a versão em cobre. Os planos de saúde também devem cobrir o implante. Quem preferir realizar o procedimento de forma privada, os valores podem variar bastante pois incluem os honorários médicos.
Entrevista com:
Dra. Carolina Maria Prandini Cursi
Ginecologista e Obstetra
CRM: 111.858
TEGO: 0056/2012
E-mail: contato@carolinacurci.com
Facebook: https://www.facebook.com/dra.carolinacurci
Instagram: https://www.instagram.com/dracarolcurci/
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