Funchicórea funciona? Entenda melhor o fitoterápico
As cólicas atingem a grande maioria dos recém-nascidos, sendo uma situação própria do seu desenvolvimento. Não estão associadas a nenhuma doença, mas são responsáveis por muitas noites em claro e preocupação nos pais, principalmente os de primeira viagem. Em busca de uma solução milagrosa, muitos acabam recorrendo à Funchicórea, medicamento fitoterápico velho conhecido das nossas mães e avós. Mas será que a Funchicórea funciona realmente? Há riscos para o bebê? Vamos responder essas e outras perguntas sobre esse controverso método para lidar com as cólicas dos bebês.
Funchicórea funciona?
De acordo com o fabricante, a Funchicórea funciona pois age no sistema digestivo e auxilia no alívio das cólicas dos bebês. O fitoterápico é vendido em forma de pó e deve ser diluído em água para ser oferecido à criança. É produzido a partir do extrato mole de chicória, ruibarbo, folhas de funcho, sacarina e carbonato de magnésio. Muitos pais acreditam que a Funchicórea funciona porque notam uma melhora após o uso do medicamento. Isso acontece porque um dos componentes do fitoterápico é a sacarina, adoçante artificial extremamente doce. O sabor acaba distraindo o bebê – muitos pais oferecem o medicamento aplicado diretamente na chupeta, o que aumenta a sensação de bem estar.
“A maioria dos pediatras não observa ação eficaz da Funchicórea contra as cólicas. É um fitoterápico que já chegou a ser proibido pela Anvisa, mas depois foi liberado. Não há risco na sua ingestão, mas também não há comprovação científica que a Funchicórea funciona”, afirma o Dr. Ruy Pupo Filho, pediatra que sugere a substituição do fitoterápico por um probiótico, que tem eficácia comprovada.
Proibição pela Anvisa
A proibição citada pelo Dr. Ruy aconteceu em fevereiro de 2012. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cancelou o registro do produto do Laboratório Melpoejo, principal fabricante. A venda e a fabricação foram proibidas, com a justificativa de que não havia evidências científicas para comprovar sua eficácia.
Outro motivo teria sido que o pó da planta de ruibarbo, justamente por ser em pó, poderia sofrer variações na quantidade do princípio ativo. Em julho de 2013, a Anvisa voltou atrás e liberou novamente a Funchicórea. A empresa fabricante apresentou documentos comprovando que o princípio ativo não traz riscos à saúde.
Cólicas: como lidar?
Os bebês que sofrem com as cólicas apresentam considerável melhora após os 3 meses de idade. Até lá, algumas medidas podem amenizar o choro. “A pegada correta da mama, durante a amamentação, evita que o bebê engula ar e tenha mais gases. Também é importante manter a calma e a tranquilidade na hora das cólicas. O bebê tende a sentir a tensão dos pais e ficar ainda mais incomodado”, explicou o pediatra, que também aconselha despir o bebê e deixá-lo em contato direto com a pele da mãe ou do pai. “Uma voltinha ao ar livre também é um santo remédio, na hora do desespero”.
Outras soluções alternativas para amenizar as cólicas do bebê são:
– Compressa morna: Colocar um pano morno sobre o abdômen do bebê. O calor relaxa a musculatura, e inibe a contração das alças intestinais, aliviando a cólica.
– Massagem: A Shantala, massagem conhecida para bebês, também pode aliviar o desconforto.
– Pedalinho: Movimente as pernas das crianças, como se ela estivesse pedalando. O movimento ajuda a liberar os gases, e aliviar as cólicas.
– Amamente: As fórmulas infantis contêm leite de vaca na sua composição, o que pode gerar cólicas. Mantenha o aleitamento materno, em livre demanda.
E vale um recado importante: não faça uso de paracetamol ou dipirona para tratar as cólicas do bebê. São medicamentos extremamente perigosos se mal administrados e devem ser recomendados apenas em casos extremos, pelo pediatra.
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