Polvos de crochê não são recomendados pelo Ministério da Saúde
Uma nova recomendação do Ministério da Saúde não recomenda o uso de polvos de crochê no tratamento de prematuros nas UTIs Neonatais do país. A Nota Técnica nº08/2017, emitida pela Coordenação Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno, informa que o método que surgiu em 2013 na Dinamarca, e atende pelo nome de Projeto Octo, não possui literatura especializada comprovando a eficácia do tratamento e por isso não orienta a sua utilização.

Defensores da técnica afirmam melhora considerável no quadro dos prematuros que receberam seus polvos de crochê.
Conheça o Projeto Octo
O projeto surgiu na Dinamarca em 2013 e faz o maior sucesso em diversos países da Europa e Estados Unidos. A ideia é tranquilizar e relaxar os pequenos, para que aceitem o tratamento de forma mais eficaz, recebendo a tão esperada alto o quanto antes. Responsáveis pelo projeto indicam que os macios tentáculos, feitos de fibras 100% algodão para poderem ser lavados, remetem o prematuro, de certa forma, à segurança do interior da barriga da mãe por lembrar o cordão umbilical. Diversos foram os benefícios apontados, dentre eles, a melhora nos sinais vitais, ganho considerável de peso e o fato deles não mais puxarem tubos e sondas também foram extremamente benéficos no tratamento. Se quiser saber mais sobre o projeto, fizemos um post inteirinho anteriormente sobre os simpáticos bichinhos em Um polvo de crochê está ajudando a salvar prematuros.
Entenda as recomendações do Ministério da Saúde
A nota do Governo Federal é bem clara a respeito de sua não recomendação na utilização dos polvos de crochê. O Ministério diz se tratar nada mais do que brinquedos, que trazem o lúdico para um ambiente difícil, assim como girafas, carros, ursos ou bonecos, e que eles devem seguir rigorosas normas de controle de infecção hospitalar como qualquer outro objeto que necessite entrar em contato com o bebê. O uso destes nas UTIs Neonatais possui literatura especializada e o Governo reconhece seus benefícios, porém acrescenta que esta discussão é antiga e complexa.
Também foi comentado em parágrafo específico da nota “O recém-nascido, “senhor de seu corpo e suas sensações”, sabe que o ambiente se modificou. O ritmo do corpo materno já foi perdido (Montagner, 2006)”. Dizendo que a semelhança com o cordão umbilical não pode ser verídica, pois tanto o cordão, quanto a placenta e as paredes internas do útero, oferecem outros estímulos e sensações, que não apenas os táteis, e que, por esse motivo, os tentáculos não enganam o bebê.

Método Canguru fortalece vínculo entre os pais e o bebê por meio do contato pele a pele.
A recomendação da nota é clara ao que se diz respeito do tratamento de prematuros, em que o método Canguru, utilizada no Brasil desde 2000, é a ideal, pois fortalece o vínculo familiar por meio do contato pele a pele. Também diz reunir “diretrizes de cuidado e atenção a recém-nascidos internados em unidades neonatais utilizando os melhores conhecimentos científicos acerca de suas especificidades físicas e biológicas e das necessidades de cuidado singular envolvendo os pais e famílias.”.
Como o Cuidado Canguru já foi bastante estudado e possui recomendações científicas, o Governo Federal enxerga este como o ideal por fornecer estímulos sensoriais para um melhor desenvolvimento e redução da mortalidade. E também destaca que “o contato com os pais o protege de infecções com a troca da microbiota (Neu J. et al., 2013), estimula o aleitamento materno e empodera a mãe nos cuidados após a alta hospitalar.”.
O Ministério da Saúde proíbe o uso dos polvos de crochê?
Não! Ele apenas não recomenda sua utilização, deixando a responsabilidade para a unidade e seu médico ou gestor. É perceptível a preocupação do Ministério da Saúde em relação a substituição do Cuidado Canguru para o Projeto Octo, mesmo que ambos tenham o mesmo objetivo, cada um possui sua importância, podendo facilmente coexistir.
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