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pais helicópteros

Pais helicópteros podem atrapalhar o desenvolvimento dos filhos

Você já ouviu falar em pais helicópteros? Essa expressão tem sido utilizada para descrever os pais que são superprotetores e estão constantemente focados nos filhos. Estão sempre “sobrevoando” os filhos, evitando que eles sofram frustrações e afastando perigos e sofrimentos.

Mas isso não é bom? Claro que todo pai quer o melhor para o seu filho, mas esse comportamento pode afetar negativamente o desenvolvimento das crianças, fazendo com que elas tenham dificuldade para lidar com os seus sentimentos e apresentem problemas relacionados ao comportamento no futuro.

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Desafios na criação dos filhos

Esse tema é muito delicado, pois na criação de uma criança são colocados em jogo todos os medos e instintos mais primitivos dos pais. Eles entram em contato com a sua própria infância, podendo apresentar dificuldade de separar o que é seu e o que é próprio da criança, esquecendo que cada indivíduo constrói a sua história.

Por exemplo, um pai ou uma mãe que passou por traumas ou tem lembranças muitos difíceis da infância, pode superproteger o filho, fazendo de tudo para evitar que a criança passe por aquilo que ela também passou. É compreensível mas é preciso dosar a intensidade dessa proteção e os casos em que ela é extrema.

Mas isso não impede que os pais protejam a criança de acordo com a realidade em que vivemos. Sobre a violência, por exemplo. É preciso estar atento e monitorando a presença da criança na internet, ensinando o que é certo e errado, evitando situações que coloquem a família em perigo. Isso é educar e se preocupar.

É uma preocupação extremamente natural, mas há uma linha tênue entre educar e superproteger. E essa que os pais helicópteros acabam ultrapassando.

Frustrações fazem parte da vida e aprender com os erros, assim como conquistar com os acertos, possibilita que a criança cresça e se desenvolva de maneira saudável.

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Quem são os pais helicópteros?

Mas como reconhecer um pai helicóptero de outro que está apenas preservando a segurança e educando os filhos?

Os pais helicópteros estão sempre por perto, controlando a criança o tempo todo. Eles estão sempre direcionando as brincadeiras, evitando aquelas que podem trazer algum perigo, como correr. Fazem a lição de casa para os filhos, falam como a criança deve agir, como guardar as suas coisas, impedindo que ela tente e aprenda sozinha.

Os pais podem ainda tentar escolher os amigos do filho, orientar o seu comportamento a todo momento, escolher as atividades e pressionar a criança para que ela seja excelente em tudo o que faz, causando estresse e ansiedade.

Os pais helicópteros são assim desde o nascimento da criança, evitando que o bebê se suje, podando seus primeiros passos e o criando em uma redoma. E esse comportamento atravessa a infância, passa pela adolescência e chega à vida adulta, com pais que chegam a acompanhar os filhos em entrevistas de emprego.

A superproteção é uma educação aprisionadora, que causa dificuldade em socializar e fazer amizade, em aprender, além de medo de enfrentar desafios. Impede que as crianças aprendam a tomar decisões, que assumam responsabilidades e apresentem dificuldade para revolver problemas, ficando extremamente dependentes.

Educar dando liberdade para o crescimento

É preciso estar atento, cuidar de perto, mas também deixar as crianças explorarem o ambiente, brincarem ao ar livre. Não podemos impedir que os pequenos desfrutem das experiências próprias para cada idade. Elas vão cair, se machucar, se frustrar com um amiguinho, levar uma bronca na escola e também conquistar muitas coisas, como independência e empatia.

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As crianças são capazes de enfrentar desafios próprios da sua idade, como amarrar o tênis, se vestir, guardar os brinquedos, brincar com areia, tomar banho sozinha. Isso é importante para a sua autonomia, para que saiba que tem capacidade de fazer sozinha.

Quando resolvemos problemas, tentamos e cometemos erros, aprendemos, tentamos novamente e vemos do que somos capazes. É nesse processo que a nossa confiança e autoestima se fortalecem. Por isso, a frustração é muito importante para o nosso crescimento, e quando podemos passar por ela, tendo pais que nos acolham e nos ensinem a levantar e tentar de novo, o ganho é incalculável.

 

Bruna Osorio – Psicóloga Clínica

CRP: 06/118617

Facebook: Bruna Osorio Psicologia

 

 

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