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Mãe solteira por opção: pesquisa aborda bem estar das crianças

Uma pesquisa realizada pelo Centro Médico da Universidade VU, em Amsterdã, na Holanda, concluiu que filhos de mães solteiras por opção não têm qualquer prejuízo de relacionamento ou desenvolvimento quando comparados aos que têm pai e mãe. Uma das possíveis explicações, de acordo com os autores do estudo, é que a mãe solteira acaba tendo uma rede de apoio social maior. Os resultados foram apresentados na 33ª Reunião Anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia.

A pesquisa mostrou que não houve diferenças significativas entre as crianças em termos de envolvimento emocional ou estresse parental. O estudo contou com 69 mães solteiras por opção, além de 59 mães com parceiros. Elas tinham em média dois filhos com idades entre 1,5 e 6 anos. Os autores acreditam que a crença de que crescer em uma família sem pai é ruim se baseia no cenário em que os pais são divorciados, ou seja, com enfrentamento de conflitos. Poucos estudos envolvem as mulheres que optaram pela produção independente.

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Mãe solteira: mulher deve pesar escolha

Para entender melhor os resultados da pesquisa, conversamos com a psicóloga clínica Ana Carolina Principessa. Para ela, independente do motivo de ter escolhido ser mãe solteira, a mulher precisa ter em mente que terá de exercer as duas funções, de mãe e pai. “As duas figuras acabam equilibrando a compreensão e a regra, a doçura e a seriedade, a razão e a emoção. Toda criança necessita desses dois lados para se desenvolver satisfatoriamente. A ausência de um pai não causará prejuízos a criança se a mãe souber dosar isso”, explicou Ana Carolina, que exalta a rede de apoio que a mulher deve ter, seja com familiares ou amigos. “Este apoio também acaba favorecendo a atuação de outro tipo de figura paterna, como um avô ou um tio”.

 

Pais divorciados: como lidar com os conflitos?

Ana Carolina concorda com a pesquisa, principalmente na abordagem sobre pais divorciados. “Não é o fato dos pais estarem separados, mas sim os casais mal resolvidos. Os desentendimentos constantes comprometem o bem estar da criança, principalmente quando há alienação parental”, explicou a psicóloga, referindo-se a situações como dificultar as visitas do ex-companheiro, utilizar a criança para causar ciúmes e denegrir a imagem do outro. “Crianças não devem fazer parte desse tipo de conflito entre os adultos. É extremamente prejudicial, principalmente a longo prazo quando elas passam a reproduzir este tipo de relacionamento tóxico, onde é normal ser agressivo com o outro”.

E esse cenário pode prejudicar os filhos desde muito cedo. “Bebês são sensíveis ao estado emocional da mãe e ao ambiente. Eles sentem de imediato se algo não vai bem, seja com uma cólica, a rejeição ao seio materno e alterações no sono”, explicou Ana Carolina. É importante que os casais aprendam a manter as discussões apenas entre eles desde sempre.

Quando o cenário envolve um pai ausente, a psicóloga defende que a criança deve ser criada com a verdade. “Filhos de mãe solteira, com o tempo, passam a compreender que foi escolha de sua mãe criá-los sem o pai e que não foram rejeitados pelo pai. Já a criança que sabe que tem um pai e ele é completamente ausente, revive o abandono sempre que tem esperanças de uma reaproximação”.

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A escolha pela produção independente nem sempre é fácil e exige muita reflexão. A mulher deve lembrar que enfrentará preconceito, questionamentos do filho, os desafios normais do desenvolvimento de toda criança e as próprias questões que envolvem a maternidade, como o período pós-parto. Tudo isso sem um companheiro! Uma sugestão válida é buscar apoio na família mas também em uma terapia especializada. “Quanto mais fortalecida a mulher estiver, melhor. Ela será a base da sua família”, finalizou a psicóloga.

 

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