Medo de não amar o segundo filho
Se você é mãe e pensa em aumentar a família, ou até já esteja grávida pela segunda vez, talvez um sentimento conflitante esteja presente: o medo de não amar o segundo filho!
Muitas pessoas acreditam que o amor materno é incondicional e intrínseco a uma mãe, porém temos visto que ele é na verdade uma construção, que às vezes não aparece logo no começo e vai se transformando e se tornando real conforme a mãe e bebê vão se conhecendo.
Isso aconteceu com o primeiro filho e acontecerá também com o segundo. Além disso, uma gestação é sempre muito diferente da outra e cada uma acontece em um momento diferente da vida da mulher. Da mesma maneira, cada filho, por mais que tenha a mesma criação, vai ser completamente diferente um do outro, vai ter a sua própria personalidade.

Medo de não amar o segundo filho: sentimento afeta muitas mulheres na segunda gravidez
Amor dividido ou multiplicado?
A pergunta “será que eu vou conseguir amar o segundo filho da mesma maneira que eu amo o primeiro?” passa pela cabeça de muitas pessoas quando elas começam a desejar e planejar ter outro filho. Muitas vezes, o amor é tão grande e intenso, que as mães acham que não vão conseguir sentir isso novamente. Porém a resposta mais provável é não, o amor não vai aparecer da mesma maneira, mas sim de um jeito novo e tão especial quanto o outro. O amor não vai ser dividido em dois, ele vai se multiplicar e existirá espaço para cada um dos filhos no seu coração.
Talvez você se identifique mais com um filho do que com o outro. Que você tenha uma relação mais próxima com aquele que tenha uma personalidade parecida com a sua ou que goste das mesmas coisas. Talvez você precise se preocupar mais com um, talvez o outro seja mais independente. Tudo isso influencia na sua relação com cada filho, mas independente de qualquer uma dessas situações, o amor pode ser construído e existir de uma maneira única.
Outra preocupação é a difícil missão de cuidar de duas crianças. Você vai ter a lembrança de como foi cansativo cuidar de um só e é normal se questionar se você irá conseguir dar conta. Mas, assim como você se adaptou com a chegada do primeiro filho, que também traz uma mudança profunda na rotina da casa e no relacionamento do casal, o mesmo irá acontecer com o nascimento do segundo.

Medo de não amar o segundo filho: é preciso aceitar que o amor será sim construído de forma diferente, mas será único como o primeiro
A culpa e o medo de não amar o segundo filho
A culpa é um sentimento comum à maternidade e em algumas situações até faz com que os pais desistam de tentar uma segunda gravidez. Antes a atenção era toda voltada para o primeiro filho e quando o novo recém nascido chegar em casa, essa atenção vai precisar ser dividida, pois ele vai demandar os seus cuidados o tempo todo.
Nessa fase, o filho mais velho pode se sentir muito triste, deixado de lado e com ciúmes. E a culpa aparece novamente, principalmente quando o filho mais velho pedir a sua atenção ou precisar de você e você não puder corresponder, pois está cuidando do menor.
Mas é um momento passageiro e é importante sempre conversar com o primogênito para que ele saiba disso e entenda que na vida dos pais tem espaço para os dois. Pode funcionar também incluir o filho nos cuidados com o irmão, para que ele se sinta parte daquela relação e possa estar perto de você, mesmo nos momentos em que você estiver cuidando do caçula.

Medo de não amar o segundo filho: inclusão do primogênito, desde a gravidez, facilita a transição de filho único para irmãozinho
Inclusão do filho mais velho
Você provavelmente ficará muito cansada no início, pois estar disponível para duas crianças não é fácil, mas é importante tomar cuidado para não descontar no filho mais velho. É preciso ter paciência e lembrar que, independente da idade, ele só quer continuar recebendo o cuidado e carinho que recebia antes. Conversar bastante pode ajudar nesse momento.
Quando as coisas se acalmarem um pouco e as novidades não forem mais tão intensas, você pode separar um tempo para se dedicar exclusivamente ao primeiro filho. Fazer o programa preferido da criança, em um passeio exclusivo entre vocês, mesmo que seja só tomar um sorvete enquanto o bebê fica com o pai ou com outra pessoa, é uma ótima dica e fará bastante diferença para a criança.
Lembre-se de preparar a criança ainda na gravidez, incluindo o mais velho nos preparativos para a chegada do caçula e incentivando o pequeno a interagir com a barriga.
Bruna Osorio – Psicóloga Clínica
CRP: 06/118617
Facebook: Bruna Osorio Psicologia
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