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Os diferentes aspectos da Maternidade

Para algumas mulheres, a maternidade é muito esperada, desejada e sonhada desde a infância. Elas brincam de boneca, se espelham em suas mães, avós e escutam relatos, nos quais a maternidade é normalmente apresentada como uma experiência perfeita e exclusivamente satisfatória. Sem dúvida, a gestação é uma experiência única, repleta de realizações e com muitas vivências satisfatórias.  Mas é muito importante podermos falar sobre as dificuldades e sobre os sentimentos conflitantes que estão presentes nesse momento.

Formação do vínculo entre mãe e bebê

Ao longo da gestação o vínculo entre a mãe e seu bebê começa a se formar, existe assim um investimento emocional nesse bebê imaginário, que ainda não nasceu, no qual se concentra todas as fantasias e desejos relacionados a gestação. A mãe imagina como o bebê será, a cor dos olhos, dos cabelos, faz carinho na barriga, conversa com o filho antes mesmo dele nascer, sente ele crescendo, organiza os seus pertences e vai se preparando emocionalmente para recebê-lo. Esse é um processo necessário e natural, que faz parte do caminho para a gestante ir se tornando mãe. Porém, o bebê real, aquele que vai nascer, pode não ser parecido com o bebê que foi idealizado e por isso, quando o bebê nasce, o vínculo se transforma e continua a se formar.

Durante meses o bebê se sentiu quentinho, protegido e após o nascimento pode estranhar todos os estímulos novos. Muitas pessoas pensam que não é necessário conversar com os bebês, pensam que eles não entenderão, mas a fala é um poderoso recurso para dar sentido às situações que vivemos e é muito importante contar para os bebês o que será feito – trocar a fralda, dar um banho, levar ao pediatra, apagar a luz para dormir. Assim, a criança vai se sentir segura, pois está ouvindo aquela mesma voz que já ouvia quando estava dentro da barriga. E também evita que ela leve sustos, pois a experiência que ela está vivendo ganha sentido e esse processo facilita a compreensão das suas emoções.

O olhar da mãe também é fundamental, pois é no olhar, e através do rosto e da expressão da mãe que o bebê poderá se sentir visto, e assim, sentir que existe. Manter o contato visual durante a amamentação (tanto no peito como na mamadeira), nas brincadeiras e ao longo dos cuidados cotidianos, vai ajudar o bebê no processo de se reconhecer como uma pessoa separada da mãe e a se desenvolver emocionalmente. Outro fator essencial é o contato, o pele a pele. Sentir o calor do corpo da mãe, ouvir os batimentos cardíacos e perceber o movimento da respiração são importantes para que o bebê não se sinta sozinho. Os bebês precisam dessa relação, desse contato, precisam do colo. E para eles, o colo é o lugar mais seguro do mundo. É aonde eles vão poder conhecer suas mães e, através do convívio, se sentir amados e acolhidos.

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Maternidade real

Desde a gestação até depois do parto, a mulher passa por muitas mudanças no corpo. A barriga e os seios crescem, há um ganho de peso, mudanças no humor, enjoos, dúvidas, dificuldade para dormir. São vivências únicas e quando nasce o bebê, nasce também uma mãe. E juntos, eles vão aprender a conviver, a mãe vai aprender a cuidar do seu filho, a saber do que ele precisa e isso nem sempre acontece com facilidade, é um aprendizado trabalhoso, que demanda tempo e dedicação. Frustração, cansaço, raiva, vontade de desistir, achar que não sabe cuidar do bebê. Esses são sentimentos legítimos da maternidade, fortes e muito reais. Ao mesmo tempo, existe um amor imenso, carinho, sentimento de realização, vontade de estar junto, de ver o bebê bem e saudável.

O conflito é natural, mas quando não existe espaço para falar sobre essas emoções, muitas mulheres se sentem culpadas, como se fosse errado pensar e sentir tudo isso. Parece que elas são minoria, mas na verdade são pensamentos muito comuns. E no meio desse turbilhão de emoções, elas podem sim, se sentir muito sozinhas, pois os bebês demandam atenção, cuidado e carinho o tempo inteiro! As mães se sentem cansadas, com sono, exaustas. Por isso, essas mamães também precisam receber atenção, cuidado e carinho das pessoas que estão a sua volta. Isso é muito importante! Elas não precisam fazer tudo sozinhas e pedir ajuda não é sinal de fraqueza! Seja para um parente, um vizinho, uma amiga, um psicólogo. Essa ajuda vai alimentar o interior e as tornar ainda mais fortes.

É muito importante falar sobre a maternidade real, sobre os aspectos difíceis e dolorosos que se misturam aos doces e tranquilos. Assim, é possível se preparar para uma experiência mais próxima da realidade. Cada gestação e cada maternagem são diferentes, pois cada mulher tem a sua força, os seus conhecimentos e as suas dificuldades. É muito interessante poder levar essas peculiaridades em consideração, pois assim, cada jeitinho de ser mãe é reconhecido como válido.

 

Bruna Osorio

Psicóloga Clínica

CRP: 06/118617

Facebook: Bruna Osorio Psicologia

 

 

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