Abril Azul: Reunimos as principais informações sobre o Transtorno do Espectro Autismo (TEA)
Síndrome de Asperger? Autismo? Autismo leve? Quais características indicam que a criança vive com o Transtorno do Espectro Autista (TEA)? Selecionamos as dúvidas mais frequentes quando suspeitam do possível diagnóstico na família. Entenda:
No Brasil, estima-se que existam cerca de 2 milhões de autistas. Geralmente, o diagnóstico ocorre entre os 2 anos e meio a 3 anos de idade.
Veja as principais informações sobre o tema:
O que é autismo?
Mais conhecido como autismo, o nome oficial dessa condição de saúde é Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (referência mundial de critérios para diagnósticos), pessoas dentro do “espectro” podem apresentar déficit na comunicação social ou interação social (como nas linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade de socialização) e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais.
Na última atualização, o DSM-5 passou a considerar o autismo em três níveis: Nível 1, Nível 2 e Nível 3. Anteriormente, eram conhecidos como: Síndrome de Asperger, Autismo Leve, Autismo Moderado e Autismo Grave.
Nível 1: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)
São pessoas que apresentam sintomas menos graves, podem ter dificuldades em algumas situações sociais, comportamentos restritivos e repetitivos, mas precisam de pouco tratamento e pouca ajuda para realizar as atividades do dia a dia. Conseguem se desenvolver, se relacionar com outras crianças e acompanhar o ritmo.
Nível 2:
O nível 2 é a faixa intermediária do autismo, no quesito gravidade dos sintomas e à necessidade de suporte. As pessoas com esse diagnóstico precisam de apoio e tratamento para conseguir realizar as atividades.
Nível 3:
Considerado autismo severo, as pessoas com autismo nível 3, precisam de muito suporte, já que é a forma mais grave de TEA. Apresentam bastante dificuldade na comunicação e nas interações sociais, assim como têm comportamentos restritivos e repetitivos que atrapalham seu funcionamento independente nas atividades cotidianas.
Podem se comunicar verbalmente, mas a maioria não fala ou não usa muitas palavras para interagir. Geralmente, não lidam bem com mudanças na rotina, podem ser excessivamente ou pouco sensíveis a determinados estímulos sensoriais e podem apresentar comportamentos restritivos e repetitivos, como balanço e ecolalia (forma de afasia em que o paciente repete mecanicamente palavras ou frases que ouve).
Afinal, como perceber os sintomas em crianças?
O primeiro passo é observar a forma de interação social, se a criança prefere se isolar do que brincar em grupo. Observe se a criança prefere escolher objetos e brincar sozinha do que socializar com outras pessoas.
Outro ponto sintoma importante é a fala. A partir dos 3 anos, o desenvolvimento tende a ser mais visível. A demora para soltar algumas palavras exige atenção. A forma de se expressar também pode evidenciar o espectro do autismo, quando falam “mecanicamente”, mantendo o mesmo tom de voz em qualquer situação ou repetem muito frases e palavras.
Outros sinais:
- Não olhar para a mãe durante a amamentação;
- Alterações de humor com uma frequência muito alta,
- Não gostar de ser ninado no colo, preferindo dormir sozinho no berço;
- Não responder quando é chamado pelo nome;
- Não fazer imitações;
- Repetir palavras e movimentos como girar as mãos, bater na cabeça ou ficar se balançando;
- Evitar o contato visual com as pessoas;
- Ter dificuldades em brincar com outras crianças;
- Separar objetos por cor e tamanho.
- Prestar muita atenção a detalhes;
- Crianças que não aceitam mudança de rotina;
O autismo é mais comum em meninos?
Sim. Estatísticas apontam que o transtorno do espectro do autismo é mais comum em meninos. A proporção é de quase 5 meninos para cada menina. Inclusive, a campanha da OMS (Organização Mundial da Saúde), para conscientizar e reduzir discriminação com as pessoas que apresentam esse transtorno se chama Abril Azul por conta desse percentual.
Há duas teorias. A primeira é que o transtorno atinge mais homens, por fatores genéticos ainda não descobertos. Uma outra hipótese, considerada como mais provável, é a de que o transtorno atinge as mulheres de um modo diferente e, por isso, o diagnóstico não acontece na maioria dos casos.
Como chegar no diagnóstico?
Os pais começam a constatar as características do TEA e geralmente conversam com o pediatra. Os professores também costumam notar uma diferença no comportamento da criança.
É necessário consultar um especialista, no caso, um médico neurologista pediátrico (neuropediatra/neurologista infantil) e um psiquiatra infantil. Esses profissionais irão iniciar o tratamento.
Atualmente, o instrumento de identificação precoce do TEA recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria é a escala M-CHAT. O teste é composto por 23 questões do tipo sim/não, que precisam ser respondidas pelos pais de crianças entre 16 e 30 meses de idade que estejam acompanhando o filho em uma consulta pediátrica.
A avaliação pela M-CHAT é obrigatória para crianças em consultas pediátricas de acompanhamento realizadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde), segundo a lei 13.438/17. Caso você suspeite de comportamentos do seu filho, peça ao pediatra para aplicar o teste e busque um especialista, se necessário.
Ficou alguma dúvida? Receber a notícia de que seu filho tem TEA é algo de grande impacto e muitas vezes os pais têm dificuldade em aceitar. Mas reforçamos aqui que o acompanhamento médico é fundamental e quanto antes iniciar o tratamento é melhor para o desenvolvimento infantil.
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