Sintomas da depressão pós-parto: psiquiatra aponta sinais
Segundo uma pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a depressão pós-parto atinge uma em cada quatro mulheres no período de 6 a 18 meses após o nascimento do bebê. O distúrbio afeta seriamente a família, prejudicando principalmente o vínculo entre mãe e bebê. Conversamos com a Dra. Carolina Guedes, médica psiquiatra, sobre os sintomas da depressão pós-parto e as opções de tratamento.

A depressão pós-parto afeta 1 em cada 4 brasileiras no período de até 18 meses após o nascimento do bebê
Quais são os sintomas da depressão pós-parto?
“A depressão pós-parto não é muito diferente da chamada depressão maior, que pode acontecer em qualquer outra fase da vida da mulher. Ela se caracteriza por ocorrer no final da gestação (ou até 4 semanas após o parto) e durante o primeiro ano de vida do bebê”, explicou a médica psiquiatra.
De acordo com a Dra. Carolina, os sintomas da depressão pós-parto podem ser:
- Humor deprimido;
- Diminuição acentuada do prazer e interesse nas atividades diárias;
- Alteração do apetite com ganho ou perda de peso;
- Alteração do sono;
- Cansaço intenso;
- Sentimentos de inutilidade e/ou culpa excessiva;
- Dificuldade de concentração;
- Prejuízo do autocuidado e do cuidado com o bebê;
- Pensamentos sobre doenças, morte e suicídio;

Família da mulher deve ficar atenta aos sintomas da depressão pós-parto, como cansaço excessivo, tristeza, desinteresse no bebê e pensamentos com morte e suicídio
Como diferenciar do Baby Blues?
Após o parto, poucos dias depois do nascimento do bebê, muitas mulheres passam por um período de melancolia, tristeza e oscilações de humor, também conhecido como “blues puerperal” ou “baby blues”.
“O baby blues é uma alteração normal do humor da mulher durante o período pós-parto. Sintomas como tristeza, choro fácil e irritabilidade são menos intensos no baby blues e não são compatíveis com o diagnóstico de depressão”, apontou a médica psiquiatra.
Outra diferença é que os sintomas do baby blues costumam desaparecer em poucas semanas após o parto e não influenciam nos cuidados da mãe com o bebê.

É preciso diferenciar a depressão pós-parto do baby blues, período passageiro de melancolia após o parto
Tratamento para a depressão pós-parto
A abordagem médica para tratar a depressão pós-parto depende de diversos fatores, principalmente se a mulher irá amamentar.
“Para pacientes com sintomas leves a moderados – em que a mulher escolhe amamentar – o tratamento é preferencialmente apenas com psicoterapia. Já casos refratários e graves devem ser tratados com medicação associado ou não a psicoterapia”, explicou a Dra. Carolina que também enumerou medidas alternativas, como atividade física regular e acupuntura, como tratamentos complementares que trazem benefícios à paciente. Mulheres que não amamentam seguem o mesmo tratamento utilizado na depressão maior.
Atenção aos fatores de risco
Mulheres que apresentam depressão durante a gravidez têm maior risco de apresentarem depressão no pós-parto, mas é difícil prever se o distúrbio irá aparecer.
“Há alguns fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da depressão pós-parto. Situações psicossociais ruins, como problemas conjugais, violência doméstica, morte na família, dificuldades financeiras ou perda do emprego”, enumerou a psiquiatra, que lembra que o risco também aumenta caso haja casos na família de depressão ou outros transtornos de humor, como o Transtorno Afetivo Bipolar.

Mulheres que apresentaram depressão durante a gravidez têm maior risco de terem depressão pós-parto
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