Saúde: Ministério estuda que todas as grávidas possam tomar a vacina contra a covid
O Ministério da Saúde estuda ampliar sua recomendação atual para incluir que todas as grávidas recebam a vacina contra a covid, disse o secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara Medeiros Parente.
Inicialmente, em nota divulgada no dia 15 de março, o Ministério da Saúde recomendou a vacinação apenas de gestantes, puérperas e lactantes “que possuam alguma comorbidade preexistente”, como: diabetes, hipertensão, obesidade, doenças cardiovasculares, asma, doenças do sistema imune, imunossupressão, pessoas transplantadas e doenças renais. Para tomar a vacina contra a covid, mulheres grávidas devem procurar uma unidade de saúde de acordo com o calendário do PNI (Plano Nacional de Imunização).
Agora, a expansão da vacinação para todas as mulheres grávidas, independente de fatores de risco, pode ocorrer pelo aumento no número de casos e mortes em gestantes.
Porque o Ministério da Saúde estuda mudar as diretrizes para vacina contra a covid?
Segundo o secretário, a nova variante é muito mais agressiva com gestantes quando comparado com o vírus que circulava no ano passado, revelou Parente durante uma coletiva de imprensa no dia 16 de abril.
O MS utilizou dados da região Norte, onde a variante P.1. surgiu, para mostrar o impacto da nova cepa nesse grupo demográfico. Durante todo o ano de 2020, foram registrados 976 casos de covid em mulheres grávidas. Morreram 77. Já nos primeiros três meses de 2021, foram 436 casos confirmados e 80 mortes de gestantes por causa do coronavírus na região.
“Estudo nacional ou internacional não temos, mas a visão clínica de especialistas mostra que a variante nova tem ação mais agressiva nas grávidas. Antes, (a gravidade) estava ligada ao final da gravidez, mas, agora, vê uma evolução mais grave no segundo trimestre e até no primeiro trimestre.” explicou.
Ministério da Saúde pede que mulheres adiem gravidez
A recomendação do ministério é que as mulheres adiem a gravidez “caso possível”, para um melhor momento, como aconteceu com o surto de zika em 2016.
“Neste momento de pico pandêmico que a gente está, que há uma situação inclusive de desarticulação das maternidades, pela situação que está acontecendo em alguns locais, deve ser avaliado… caso possível, postergar um pouco a gravidez para um melhor momento, e que você possa ter a sua gravidez de forma mais tranquila”, afirmou Parente. “É lógico que a gente não pode falar isso para quem tem 42, 43 anos, mas para uma mulher jovem, o mais indicado é esperar”, completou.
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